31 outubro, 2007

Voodoo Blues

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Hoodoo é um tipo de magia, muito comum nas antigas comunidades de negros americanos. Eles tinham diversas crenças, superstições e remédios milagrosos com ingredientes estranhos, como ervas, partes de animais e fluidos humanos.
O blues possui inúmeras referências ao hoodoo e esse disco reúne várias canções que falam sobre isso.
*Não consegui descobrir a diferencça entre hoodoo e voodoo.

Faixas:

01 John Lee ‘Sonny Boy’ Williamson - Hoodoo Hoodoo
02 Charley Lincoln - Mojoe Blues
03 Bobby Leecan & Robert Cooksey - Black Cat Bone Blues
04 Barbecue Bob - New Mojo Blues
05 Sam ‘Lightnin’’ Hopkins - Black Cat Bone
06 Ma Rainey Louisiana - Hoo Doo Blues
07 Blind Lemon Jefferson - Low Down Mojo Blue
08 Casey Bill Weldon - I’ve Been Tricked
09 Lil Johnson - Goofer Dust Swing
10 Jimmie Gordon - The Mojo Blues
11 Louis Jordan - Somebody Done Hoodooed the Hoodoo Man
12 J. D. ‘Jelly Jaw’ Short - Snake Doctor Blues
13 Johnnie Temple - Hoodoo Women
14 Memphis Jug Band - Aunt Caroline Dyer Blues
15 Waymon ‘Sloopy’ Henry - Jomo Man Blues
16 Doctor Clayton - Root Doctor Blues
17 J. T. ‘Funny Paper’ Smith - Seven Sisters Blues
18 Memphis Minnie - Hoodoo Lady
19 Curley Weaver - Two Faced Woman
20 Arthur ‘Big Boy’ - Crudup Hoodoo Lady Blues
21 The Sly Fox - Hoo-Doo Say
22 James ‘Wee Willie’ Wayne - A Two-Faced Man

Expressões do blues

O blues sempre fez uso de diversas gíras e expressões em suas letras. Muitas vezes as pessoas fazem a tradução literal das palavras, alterando assim o conteúdo e a mensagem escrita na canção.
Listo a seguir diversas expressões contidas nas letras de blues, desde os primórdios:

Alcorub: Significa esfregar álcool para amenizar dores musculares e ósseas. Além disso, era também utilizado para inalar, uma forma para ficar "doidão". Sua inalação não era aconselhável. Era barata, fácil de ser obtida e mesmo sendo um veneno acumulativo, algumas pessoas desesperadas por álcool fizeram uso, sofrendo efeitos adversos.

Back door man ou friend:
Era o amante de uma mulher casada que fugia pela porta de trás
da casa quando o marido chegava.

Balling the jack: Era um termo muito utilizado no início do século XX na América pelos ferroviários, e significa "correr em alta velocidade". "Jack" = locomotiva e "Balling" = trabalhar rápido. Mais tarde esta expressão ganhou outros significados, como "fazer sexo", "dançar, divertir-se". "Ball and the Jack" também era um movimento de dança nos anos 40.

Barrelhouse: Refere-se a uma bebida muito barata e a um estabelecimento de dança. O termo "barrel house" origina-se do lugar onde barris de bebidas alcoólicas poderiam ser encontradas. O significado do termo veio a mudar mais tarde, referindo-se a um tipo rústico de estilo musical que provinha destes estabelecimentos.

Biscuit: Uma desejável jovem garota era chamada de "biscuit" e uma boa amante era chamada de "biscuit roller".

Black cat bone: Parte da magia negra para trazer um amor difícil. Todo gato preto traz consigo um osso que irá garantir a seu possuidor invisibilidade ou poderá ser usado para trazer de volta um amor perdido. Para assegurar-se deste osso, um gato preto deve ser jogado vivo dentro de um caldeirão de água fervendo à meia-noite. O animal morre em agonia e o praticante ferve a carcaça até que a carne se solte dos ossos. Uma vez achado, o osso do gato preto é carregado em uma sacola mágica e untado com óleo Van Van para trazer de volta o amor perdido. O óleo ou a gordura do gato é engarrafada para ser usada como vela e para afastar invejosos.

Boogie chillun: "Chillun" é simplesmente uma pronuncia sulista para a palavra "children" (criança).
A palavra "boogie" possui vários significados: "mover-se rapidamente", "dançar (rock)", e "festejar".

Canned heat: Uma bebida letal obtida através da extração de álcool que era vendido como combustível para cozinhar fora de casa. Poderia ser comprada de comerciantes que fizeram muito dinheiro com este processo. Uma bebida similar poderia ser obtida após filtrar álcool contaminado de determinadas marcas de polimento para sapatos.

Captain: Capitão de uma prisão.

Casey Jones: Engenheiro de locomotivas que tornou-se um herói e uma figura popular no final do século XIX.

Cold in hand: Significa estar sem dinheiro.

Crepe(r): Uma mulher em questão colocaria um crepe(r) em sua porta para declarar a morte de seus sentimentos por um homem.

Doney/doe: Uma mulher sem caráter (uma gíria que não é mais utilizada hoje em dia).

Dry long so: A frase é uma discrição dialética de "ser pobre".

Dust my broom: Provavelmente significa "estar prestes a ir embora".

Eagle rock: Uma das mais populares danças dos anos 20, assim como "Ball the Jack".

Easy rider: Também conhecido como cc rider ou see see rider, é uma metáfora de blues para um parceiro sexual. Originalmente ele referia-se à guitarra pendurada nas costas do bluesman enquanto viajava. A palavra "easy" tem diferentes significados para homens e mulheres: aplicada à uma mulher, é uma expressão de admiração, mas aplicada à um homem, este geralmente carrega o significado de uma pessoa infiel e desonesta.

Faror: Um sinônimo do Mississippi blues para "namorada". "Faror" é uma gíria sulista para "fair one" (fiel).

Georgia Crawl: Poderia ser uma dança originada na Georgia, provavelmente menos sexy do
que outras danças do blues.

Goofer/goofy dust: É uma terra bem porosa, tipo pó, que era colhida de um túmulo preferivelmente de uma criança. Esse pó era colocado em cima do travesseiro da vítima, em volta de sua casa ou em suas roupas, de maneira a jogar o encantamento na vítima ou trazer a morte (magia negra).

High yeller: Uma pessoa negra que possuía traços finos.

Hobo: Fugitivo que se escondia em um trem de carga. Quando não havia comida suficiente numa fazenda para alimentar a todos, os jovens alcançavam as trilhas esperando encontrar algum trabalho ao longo do caminho.

Hokum: Um subgênero de "Urban Blues", que era muito popular no final dos anos 20 e início dos anos 30. É caracterizado por ritmos bem dançantes e letras inteligentes.

Honey dripper: Metáfora para amante.

Hoodoo: Hoodoo é a mesma coisa que Voodoo. Prática de magia originada na África e desenvolvida mais tarde principalmente no sul dos EUA. Os negros preferem utilizar a palavra Hoodoo ao invés de Voodoo.

Hot foot powder: Hot Food Powder e Hot Foot Oil são fórmulas de voodoo utilizadas para afastar pessoas que não são bem vindas a sua casa. Traz paz ao lar.

Jelly roll: é literalmente uma geléia usada em alguns tipos de bolos/tortas. No blues é uma metáfora para genitais femininos. Os termos culinários no blues são bastante comuns.

Jinx: Alguém que traz muito azar.

Jitterbug(gin): Jitterbug era uma dança muito popular nos anos 40. Pode ser também estado de pânico ou nervosismo.

Jivin: Jive é uma gíria sulista para "contar mentiras". Jive tambem é um estilo de Jazz dos anos 30, menos complexo que estilos posteriores. "Jivin" = dançando o Jive.

Juju: Um feitiço, assim como Mojo.

Mojo: Feitiço usado em casos amorosos ou contra alguém. Poderes mágicos. Acredita-se que o termo em Inglês "magic" sofreu alterações ao longo dos anos, transformando-se em "mojo".

Monkey: Desejo desesperado por drogas. "Monkey on ones back" significa um problema grande e persistente. Pode também ser considerado como genital masculino/feminino.

Monkey man: Gíria afro-americana para negros. É também conhecido como um "amor de fora" (amante) - assim como "back door man".

Moonshine: Whiskey vendido ilegalmente. Começou a fazer parte da história americana no início da Guerra Civil. O whiskey e o tabaco foram taxados com o intuito de arrecadar fundos para sustentar o exército. Com o final da guerra, as taxas continuaram em vigor, assim, moonshiners (produtores do whiskey ilegal) foram caçados. A estimativa do governo americano é de que naquela época foram vendidos entre 5 a 10 bilhões de galões de bebida ilegal (1 galão na América corresponde a aproximadamente 3,7 litros). Moonshiners tornaram-se populares principalmente no sul dos EUA, como Tennessee, norte da Georgia, Carolina do Norte e do Sul e Virginia.

(Mr.) Charlie: Homem branco ou pessoas brancas em geral. Variações: Charlie, Boss Charlie. Além disso, mr. Charlie é provavelmente gíria de prisão para "guarda".

Policy game: Jogo de combinação de números.

Rambling: Divagar, caminhar sem destino.

Revenue man: Oficiais do governo encarregados de procurar destilarias ilegais durante a Lei Seca. Outra possibilidade seria de um homem cobrador de impostos, taxas, etc.

Rider: Uma namorada ou amante.

Riding the blinds: Viajantes ilegais que se escondiam nos trens, entre as bagagens.

Roadhouse: Bares situados geralmente fora dos limites da cidade, que forneciam bebidas, refeições, danças e música.

Roll: O termo "roll" significa ser roubado/passado para trás, por um cafetão. O termo "roller" significaria o próprio cafetão.

Rounder: Um canalha, capaz de roubar sua mulher.

Salty dog: Parceiro sexual


Artigo retirado do site de Cláudio Oliveira.

Jug Bands

As "Jug Bands" eram bandas que misturavam vários tipos de instrumentos caseiros como garrafas, colheres, pentes enrolados em papel, washtub bass (uma espécie de baixo feito com uma bacia metálica), washboard (aquelas chapas metálicas sanfonadas usadas pra esfregar roupa) e o jug, (uma moringa feita de barro) que o músico soprava em seu gargalo e batia em seu corpo, tirando um som bem peculiar, parecido com o de trombone. Algumas bandas usavam também violão e mandolin, que geralmente também eram fabricados pelos músicos, usando pedaços de instrumentos velhos.
As Jug Bands, que tiveram seu auge entre as décadas de 20 e de 30, são citadas como desenvolvedoras do blues. W. C. Handy, considerado o pai do blues, disse que aprendeu a tocar com os músicos de rua, tocando em instrumentos improvisados.

Na região do Memphis era onde havia a maior concentração de Jug Bands. Gus Cannon's Jug Stompers e a Will Shade's Memphis Jug Band foram duas das primeiras bandas a gravar e compuseram grandes canções que viriam a se tornar a base para o renascimento posterior das Jug Bands: "Stealin", "Jug Band Music", "Whoa, Mule", "Minglewood Blues", "Walk Right In" e muitas outras. Big Bill Broonzy e Memphis Minnie gravaram músicas com Jug Bands no início de suas carreiras.
Uma das bandas de maior sucesso foi a Memphis Jug Band, que teve Memphis Minnie nos vocais durante algum tempo.


Para ouvir:

Memphis Jug Band - Associates & Alternate Takes

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Memphis Jug Band - Disc A


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Memphis Jug Band - Disc B

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Ruckus Juice & Chittlins - The Great Jug Bands

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Discos seqüestrados do El Diablo Tun Tun.

Para ver:

Whistler's Jug Band - Foldin' Bed

Aqui vemos um registro histórico de uma tradicional Jug Band. O som está precário, mas não tira o brilho dessa raridade. Vídeo de 1930.

Eddie Thomas & Carl Scott - Tomorrow

Esse vídeo é muito interessante, pois é possível ver vários instrumentos sendo tocados. Até um bule é usado como instrumento. Vídeo de 1928.

B.B. King - Blues Summit Live


Este cd é um registro de um show histórico que B.B. King fez no B.B. King's Blues Club em Memphis, no ano de 1993. O cd foi lançado no mesmo ano em que ele ganhou alguns prêmios com o disco de mesmo nome, "Blues Summit", e conta com a participação de grandes nome do blues, como Albert Collins, Buddy Guy, John Lee Hooker, Koko Taylor e Robert Cray.
Registro histórico e indispensável.

Acesse também a biografia de B.B. King no Blues Everyday.

Faixas:
1. Playin' With My Friends (com Robert Cray)
2. Since I Met You Baby (com Katie Webster)
3. I Pity The Fool (com Buddy Guy)
4. You Shook Me (com John Lee Hooker)
5. Something You Got (com Koko Taylor)
6. There's Something On Your Mind (com Etta James)
7. Little By Little (com Lowell Fulson)
8. Call It Stormy Monday (com Albert Collins)
9. You're The Boss (com Ruth Brown)
10. We're Gonna Make It (com Irma Thomas)
11. I Gotta Move Out Of This Neighborhood / Nobody Loves Me But My Mother (B.B. King & Orchestra)
12. Everybody's Had The Blues (com Joe Louis Walker)

Disco garfado do Porcaria Sonora.

19 outubro, 2007

Quinn Sullivan

Ontem, dando um passeio pelo Youtube, como gosto de fazer sempre que tenho tempo, encontrei um vídeo que realmente me deixou impressionado. Em determinado momento de um show de Buddy Guy ele convida ao palco um garoto chamado Quinn Sullivan. O garoto sobe ao palco com sua guitarra e pasmem, ele faz uma jam session com Buddy, ao vivo, no improviso. Não seria nenhuma surpresa, se o garoto não tivesse apenas 8 anos de idade!
No My Space dele diz que ele começou a tocar com apenas 3 anos de idade e aos 6 anos já aparecia tocando em alguns programas de tv. Realmente um prodígio!
A seguir vocês podem conferir o vídeo em que Quinn toca ao lado de Buddy Guy e em seguida, um vídeo onde ele toca o clássico de B.B. King "The Thrill is Gone", música essa que ele toca com wha-wha!
E eu com 8 anos mal sabia andar de bicicleta...

Quinn Sullivan e Buddy Guy



Quinn Sullivan - The Thrill is Gone

17 outubro, 2007

Martin Scorsese Apresenta:

Martin Scorsese é famoso por dirigir excelentes filmes, como "O Aviador", "Gangues de Nova York" e "Os Infiltrados", filme que lhe rendeu o Oscar de melhor diretor em 2006. E também é um amante do blues. Ele é o idealizador do excelente documentário "The Blues".
Abaixo algumas coletâneas feitas por ele.

Para conhecer mais sobre Martin Scorsese e o blues, e baixar a trilha sonora de seu documentário acesse:
Martin Scorsese - The Blues


















Martin Scorsese Presents The Blues: Son House

1. My Black Mama, Pt. 1
2. Preachin' Blues, Pt. 1
3. Dry Spell Blues, Pt. 1
4. Levee Camp Blues
5. Walking Blues
6. Special Rider Blues
7. Pony Blues
8. Death Letter
9. Pearline
10. John The Revelator
11. Preachin' Blues
12. Empire State Express
13. Levee Camp Moan
14. Grinnin' In Your Face




















Martin Scorsese Presents The Blues: Robert Johnson

1. Walkin' Blues
2. Come on in My Kitchen
3. I Believe I'll Dust My Broom
4. Stop Breakin' Down Blues
5. Traveling Riverside Blues
6. Cross Road Blues
7. From Four Until Late
8. Sweet Home Chicago
9. Hellhound on My Trail
10. Kind Hearted Woman Blues
11. Malted Milk
12. Ramblin' on My Mind
13. 32-20 Blues
14. Love in Vain
15. Hot Tamales - Cassandra Wilson
16. Last Fair Deal Gone Down - Keb' Mo'


















Martin Scorsese Presents The Blues: Muddy Waters
1. Country Blues, Number One
2. Burying Ground Blues
3. I Can't Be Satisfied
4. Rollin' & Tumblin', Part One
5. Rollin' Stone
6. Louisiana Blues
7. Long Distance Call
8. (I'm Your) Hoochie Coochie Man
9. I Just Want To Make Love To You
10. Mannish Boy
11. Trouble No More
12. Rock Me
13. Got My Mojo Working
14. You Shook Me
15. You Can't Lose What You Ain't Never Had
16. The Blues Had A Baby And They Named It Rock And Roll

















Martin Scorsese Presents The Blues: Stevie Ray Vaughan
1. Side Thing (Live)
2. All Your Love I Miss Loving (live)
3. Pride and Joy
4. Dirty Pool
5. Texas Flood
6. Hug You, Squeeze You (Live)
7. The Things (That) I Used To Do
8. Honey Bee
9. Give Me Mack My Wig
10. The Sky Is Crying (Live)
11. Look At Little Sister
12. Empty Arms
13. Come On (Part III)
14. Ain't Gone 'N' Give Up On Love (Live)
15. Mary Had A Little Lamp (Live)
16. Leave My Girl Alone


















Martin Scorsese Presents The Blues: Eric Clapton
1. All Your Love - John Mayall's Bluesbreakers
2. Steppin' Out - John Mayall's Bluesbreakers
3. Rollin' And Tumblin' - Cream
4. I'm So Glad - Cream
5. Spoonful (Live) - Cream
6. Sleeping In The Ground - Blind Faith
7. Rockin' Daddy - Howlin' Wolf
8. Have You Ever Loved A Woman - Derek And The Dominos
9. Mean Old World - Eric Clapton & Duane Allman
10. Crossroads (Live) - Derek And The Dominos


















Martin Scorsese Presents The Blues: Jimi Hendrix

1. Red House
2. Voodoo Chile
3. Come On (Let The Good Times Roll)
4. Georgia Blues
5. Country Blues
6. Hear My Train A Comin'
7. It's Too Bad
8. My Friend
9. Blue Window
10. Midnight Lightning



















Martin Scorsese Presents The Blues: Keb' Mo'
1. Soon As I Get Paid
2. Come On In My Kitchen
3. Perpetual Blues Machine
4. Don't Try To Explain
5. Iim On Your Side
6. Henry
7. Am I Wrong
8. A Letter To Tracy
9. Love In Vain
10. Dirty Low Down And Bad
11. Every Morning
12. Dangerous Mood
13. It Hurts Me Too
14. Crapped Out Again
15. Love Blues Listen
16. Peace of Mind


Discos abduzidos do blog Porcaria Sonora.

16 outubro, 2007

Leadbelly – Take this hammer

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Parte 01____|____Parte 02


O álbum Take This Hammer, de Huddie Leadbelly (1889-1949), faz parte da importante coleção When The Sun Goes Down - The Secret History of Rock & Roll, do selo BMG, que reúne antigos discos 78 rpm remasterizados, compondo um histórico dos ritmos que influenciaram o jazz e originaram o rock e o blues em seu formato atual.
As 26 gravações do álbum foram feitas em dois dias de junho de 1940, pelo selo Bluebird, da RCA Victor. São blues básicos, baladas e canções de trabalho feitas para serem cantadas e ouvidas por seus intérpretes e sua restrita audiência de negros do sul dos Estados Unidos. Era um período anterior a qualquer idéia de marketing fonográfico. Muitas delas são canções de presos, como a que dá título ao álbum, pontuada por uma batida que remete às marretas dos trabalhos forçados.
Também se misturam em suas músicas – que ele canta acompanhado por seu violão e pelo grupo vocal Golden Gate Jubilee Quartet – lembranças de canções de jogadores e de bordel e o boogie woogie dos pianistas errantes do início do século 20. Canções como a extraordinária "Alabama Bound", com uma letra que carrega a temática do blues (“Oh não me deixe aqui/ Oh não me deixe aqui/ Mas de qualquer maneira se tiver de ir/ Deixe apenas um trocado para a cerveja”) e uma marcação ancestral de todo o rock, mostram porque Leadbelly seria marcante na música americana das décadas seguintes.

Texto de Mauro Trindade, da revista Bravo Online.

Disco retirado do blog Lágrima Psicoldélica.

Para saber mais sobre Leadbelly e encontrar outros discos, acesse sua biografia aqui no Blues Everyday.
Biografia de Leadbelly.

15 outubro, 2007

Otis Spann

Otis Spann nasceu no dia 21 de março de 1930 em Jackson, no Mississippi. Ele é considerado um dos maiores pianistas do blues pós-guerra.
Seu interesse pelo piano começou aos oito anos de idade, quando viu a apresentação de um pianista local chamado Friday Ford. Aos quatorze anos ele já tocava em bares, tavernas e juke joints na região de Jackson.
Quando sua mãe morreu, em 1947, ele foi mandado para Chicago para ficar com seus parentes. Em Chicago, ele finalmente conheceu seu ídolo: Big Maceo Merriweather, que aceitou o jovem Spann como seu prodígio. Pouco tempo depois de conhecer Big Maceo, em 1952, ele teve a grande oportunidade de sua vida: substituir seu mentor na banda de Muddy Waters. E ele realizou sua primeira gravação com a Muddy Waters Band no dia 24 de setembro de 1953.
Otis Spann participou de inúmeras gravações de Muddy Waters, além de figurar ainda como pianista oficial da Chess Records, tendo participado da gravação de discos de Bo Diddley, Sonny Boy Williamson, Little Walter, Howlin' Wolf e Jimmy Rogers.
Em 1960, Spann lançou seu primeiro disco solo, intitulado "Otis Spann Is The Blues", com Robert Jr. Lockwood na guitarra.
Antes de sua morte, em 1970, ele fez diversas e significativas gravações para várias gravadoras como Storyville, Decca e Prestige. Ele ainda gravou com a banda Fleetwood Mac o disco "The Biggest Thing Since Colossus", sendo este o último grande trabalho de Spann.
Entretanto, conforme seu trabalho ia ganhando reconhecimento, sua saúde ficava cada vez mais debilitada. Ele morreu no dia 24 de abril de 1970, vítima de câncer, no Cook County Hospital em Chicago.
Uma amostra de seu reconhecimento foi no Ann Arbor Blues and Jazz Festival, em 1972, onde Muddy Waters se apresentou. Na ocasião, Lucille, a esposa de Spann, recebeu uma placa homenageando Spann, se referindo a ele como um gênio do blues.


Para download:

*Senha para todos os discos:
360grauss.blogspot.com


Otis Spann - Walking The Blues























Otis Spann - This is the Blues























Otis Spann & Fleetwood Mac - The Biggest Thing Since Colossus























Otis Spann- Cold Feeling Blues


Otis Spann toca e canta acompanhado da Muddy Waters Band. Ele faz um solo bastante enérgico no piano. Vídeo gravado em 1968.

Otis Spann - Blues Don`t Love Nobody

Aqui Spann toca acompanhado do grande baixista Willie Dixon. Vídeo gravado no Canadá.

14 outubro, 2007

Countryside River

Era uma tarde de sábado e eu estava em minha casa, tomando algumas cervejas com meu grande amigo Fernandão. Meu filho Alexandre brincava no quintal e nós dois, jogando conversa fora. O dia foi terminando e a noite foi chegando e então resolvemos satisfazer nosso gosto musical que, eu, felizmente, ensinei o Fernandão a gostar, durante e tempo em que trabalhamos juntos. Felizmente porque ele toca muito bem violão e guitarra, além de ter uma estrondosa e gutural voz.
Tive então a idéia de reacender a fogueira, que começamos alguns meses atrás no grande quintal de minha casa. Saí para buscar a cerveja e Fernandão, que eu batizei com o "blues name" Big Zoo Novaes, disse que iria conseguir alguma lenha. Retornei antes de Big Zoo e coloquei as cervejas na geladeira. Passado algum tempo, Big Zoo chegou com vários pedaços de madeira, enrolados em um farrapo de calça jeans, que ele disse ter conseguido em um terreno baldio próximo.
Preparei as madeiras de tal maneira que consegui acender a fogueira na primeira tentativa. Arrumamos então dois violões, nos sentamos próximos da fogueira e começamos a tocar algumas músicas. Como ouvimos muito e tocamos pouco blues, o repertório variou entre alguns pop rock's e clássicas músicas de lual.
Depois de várias cervejas me lembrei da máquina fotográfica que tenho, que também grava vídeos de baixa qualidade, mas suficiente para assistir e dar algumas boas risadas no dia seguinte. Fiz algumas fotos do Big Zoo assando uma calabresa na fogueira, feito um primata e gravei alguns vídeos de nós dois tocando.
Mas eu não me contentei em somente assistí-los em casa. Resolvi mandá-los pro You Tube, para compartilhar com os leitores do Blues Everyday esse ilustre momento.
Esse post é bem diferente dos demais do blog, mas espero que se divirtam, pois quando começamos a gravar, já estávamos alcoolizados. Erros foram frequëntes, minha voz ficou horrível e não sabemos cantar toda a letra das músicas. Enfim, assitam e se divirtam. Comentários, positivos ou negativos serão bem-vindos, pois carrego a muito tempo o desejo de montar uma banda de blues. Ou só uma dupla, como nos vídeos. O nome da banda está no título: Countryside River. Drunked Blues Every Week!
P.s.: como a câmerazinha não tem luz própria e estava muito escuro, não aparecíamos nos vídeos. Resolvi então virá-la pra fogueira e gravar.


Countryside River - All Your Love

Essa música é a que eu mais gosto do Otis Rush. Toquei o violão solo (não conheço nada de escalas) e Big Zoo levou a base. Reparem nessa e nas outras músicas que quando bebo algumas cervejas, gosto de falar inglês. Do meu jeito, claro!


Countryside River - Kind Hearted Woman

Música de Robert Johnson, que eu toco com slide, na versão de Muddy Waters. Pelo menos essa, eu sei o solinho.


Big Zoo Novaes - Se Eu Tivesse Um Canudinho

Big Zoo mostra toda potência de sua voz nessa música, que ele disse não saber a autoria. Eu me arrisquei nos back vocals, sem sucesso.

11 outubro, 2007

Atlantic Blues

O ano era 1986 e o mercado de discos dava pulos de alegria; o plano cruzado (não sabem o que foi isso? Vão conhecer história contemporânea do Brasil.) deixava as gravadoras de sorriso aberto, faltava até papel pra fazer as capas, discos eram prensados na Argentina, lançamentos inacreditáveis eram comprados em qualquer lojinha de esquina. Nesse ambiente, aparece por aqui a primeira das coleções comemorativas de 50 anos da Atlantic Records.

Atlantic Blues era uma série de 4 álbuns duplos, com o que havia de mais influente no blues do pós-guerra, apesar da Atlantic não ser uma gravadora de Chicago como a Chess Records. Dividido de forma estilística ( Piano, Vocal, Guitarra e Chicago), suas capas internas (em português, uma raridade) tinham mais informações sobre o estilo do que havia disponível na imprensa musical brasileira em 10 anos.
É bom que fique claro que não se trata de uma coletânea pra iniciar incautos, mais uma boa forma de juntar singles a muito tempo fora de catálogo, que muitas vezes eram a única produção fonográfica daquele artista. Há uma curiosidade engraçada sobre as versões em cd: todas tem músicas a menos, normalmente duas, pois os álbuns tinham um pouco mais de 80 minutos, que é o tamanho de um compact disc, o que fez com que os lp's originais se tornassem obrigatórios. É uma aula em cada faixa, dividida em 4 "módulos" de fino trato.

*Texto escrito por Nei Bahia do blog Clash City Rockers

Estou à procura dos outros discos da coleção. Assim que conseguir, atualizo o post.



Atlantic Blues: Chicago

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1. Chicago Blues - Johnny Jones
2. Poor Man's Plea - Buddy Guy & Junior Wells
3. My Baby She Left Me - Buddy Guy & Junior Wells
4. T-Bone Shuffle - Buddy Guy & Junior Wells
5. I Wonder Why - Freddie King
6. Play it Cool - Freddie King
7. Wake Up This Morning - Freddie King
8. Gambler's Blues - Otis Rush
9. Feel So Bad - Otis Rush
10. Reap What You Sow - Otis Rush
11. Highway 49 - Howlin' Wolf
12. Honey Bee - Muddy Waters
13. Wang Dang Doodle - Koko Taylor
14. Dust My Broom - Johnny Shines
15. Please Send Me Someone to Love - Luther Allison
16. Walkin' the Dog - Luther Johnson
17. I Feel So Good - J.B. Hutto


Atlantic Blues: Piano

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1. Yancey Special - Jimmy Yancey
2. Talkin' Boogie - Little Brother Montgomery
3. Mournful Blues - Jimmy Yancey
4. Salute To Pinetop - Jimmy Yancey
5. Shave 'Em Dry - Jimmy Yancey
6. Frankie & Johnny - Jack Dupree
7. T.B. Blues - Jack Dupree
8. Strollin' - Jack Dupree
9. Tipitina - Professor Longhair
10. Blue Sender - Vann 'Piano Man' Walls
11. After Midnight - Vann 'Piano Man' Walls
12. Roll 'Em Pete - Joe Turner
13. Fore Day Rider - Jay McShann
14. My Chile - Jay McShann
15. Cow Cow Blues - Meade Lux Lewis
16. Albert's Blues - Meade Lux Lewis
17. Honky Tonk Train Blues - Meade Lux Lewis
18. Low Society - Ray Charles
19. Hey Bartender - Floyd Dixon
20. Floyd's Blues - Floyd Dixon
21. After Hours Blues - Texas Johnny Brown
22. Junco Partner - Doctor John
23. I Don't Know - Willie Mabon

Muddy Waters & Howlin' Wolf - Muddy & The Wolf



Este disco reúne os dois reis da cena do blues de Chicago entre as décadas de 50 e 70: Muddy Waters e Howlin' Wolf. Eles tinham uma disputa sadia pelas melhores composições, pelos melhores músicos e pela atenção dos irmãos Chess, donos da Chess Records, a gravadora deles.
O disco, lançado originalmente em 1983, mostra porque eles são considerados os grandes do blues de Chicago. As gravações de Muddy Waters reúnem a nata do blues de Chicago, como Otis Spann, Mike Bloomfield, Paul Butterfield, Sam Lay e Duck Dunn. As canções de Howlin' Wolf foram registradas durante sua passagem por Londres e reúnem alguns grandes músicos britânicos, como Eric Clapton, Steve Winwood, Bill Wyman, Charlie Watts e seu eterno guitarrista e fiel escudeiro, Hubert Sumlin.
Para saber mais, clique nos links abaixo:

Muddy Waters
Howlin' Wolf
Chess Records

Playlist:

1. All Aboard
2. Blow Wind Blow
3. Can't Lose What You Ain't Never Had
4. Walkin' Thru The Park
5. I'm Ready
6. Long Distance Call
7. Rockin' Daddy
8. What A Woman!
9. Who's Been Talking?
10. The Red Rooster (rehearsal)
11. The Red Rooste
12. Highway 49
13. Do The Do

Leadbelly - In The Shadow Of The Gallows Pole

Password - bluestown.blogspot.com

Este disco de Leadbelly foi lançado em 1996 e contém músicas que ele gravou durante a década de 30 e no início da década de 40. Ele mostra a versatilidade musical de Leadbelly, com sua essência folk tradicional, blues, story songs e canções sobre racismo, prisão e claro, mulheres.
Você pode conhecer a história de Leadbelly e baixar outros discos aqui no Blues Everyday, clicando no link abaixo.

Biografia de Leadbelly.


Playlist:

1. Looky Looky Yonder/Black Betty/Yellow Women's Doorbells
2. Poor Howard/Green Corn
3. De Blues
4. The Gallis Pole
5. The Bourgeois Blues
6. Noted Rider
7. Big Fat Woman
8. Borrow Love & Go
9. Bring Me Li'l Water Silly
10. Julie and Johnson
11. Line 'Em
12. Whoa, Back, Buck! (Back Band)
13. John Hardy

05 outubro, 2007

Rollin' & Tumblin' - Mestres do Blues


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Esse ótimo disco foi um dos primeiros que realmente me despertaram a atenção em relação ao blues. Uma ótima oportunidade de conhecer grandes clássicos do blues e algumas músicas não tão famosas, mas tão boas quanto as famosas. Os destaques ficam por conta de "Hoodoo Man" de Junior Wells, que abre o disco de forma calma e tranqüila e Otis Rush, que manda muito bem na guitarra em sua clássica canção "All Your Love (I Miss Loving)" que é uma de minhas favoritas no disco, que tem um riff que faz a gente se lembrar dela o dia todo depois de ouvir.
Destaco ainda a canção de Bonnie Lee, "That's All Right", com incríveis riffs de gaita, Jimmy Dawkins, com "Little Angel Child" e um hipnotizante solo de guitarra e... Enfim, pra dizer a verdade gosto tanto desse disco que quando ouço, deixo tocar do começo ao fim.
Então sente-se na sua poltrona mais confortável, pegue uma dose daquele velho scotch, aumente o volume, relaxe e viaje através do blues de Chicago.

Jóia extraída da mina de ouro Blues Town.